No primeiro dia do ano, por motivo de monotonia em casa,
acabei, não sei como, na bilheteria de um cinema para assistir a um filme
chamado “As Vantagens De Ser Invisível”. Entrei na sala com pouca expectativa,
confesso. Saí emocionada, me sentindo lisonjeada pela experiência que tinha
acabado de viver. No filme, Logan Lerman (de Percy Jackson) é Charlie, um
adolescente perturbado pelo suicídio do melhor amigo e a perda da tia. Na
tentativa de fazer amizades na escola, conhece os “veteranos” Patrick (Ezra
Miller, de Precisamos Falar Sobre O Kevin) e Sam (Emma Watson, de Harry
Potter). O início da história se dá com Charlie escrevendo uma carta para
alguém que ele descreve apenas como “amigo”. Daí, todo o clima intimista. O
destinatário da carta somos exatamente nós, os espectadores, que passamos a
vivenciar tudo de um ângulo tão próximo que, quando percebemos, estamos
completamente envolvidos e sem chance de nos desvincularmos e esquecermos-nos
de tudo com facilidade. E foi então que me peguei pensando que ser “invisível”
tem lá suas vantagens. O filme nos inspira a sermos nós mesmos, inspira a amar
e a ter coragem de enfrentar grandes mudanças. De um ponto de vista técnico, “As
Vantagens De Ser Invisível” é perfeito: trilha sonora espetacular (daquelas que
nos transporta diretamente para uma época, no caso, os anos 90), diálogos
geniais e atuações realmente surpreendentes. De um ponto de vista emocional, é
melhor ainda: arrisco dizer que este é um dos filmes mais apaixonantes e
encantadores que assisti! Não é o retrato de uma geração, e sim de cada um de
nós na fase tão complicada chamada adolescência, o auto aprendizado, a auto
compreensão, e, principalmente, a impotência perante a vontade de abraçar o
mundo. “As Vantagens De Ser Invisível” educa, encanta, nos faz sonhar e nos
mostra que “nós somos infinitos”, ainda que não nos sintamos completos.